Como elaborar o Relatório Final de Pós-Graduação: orientações essenciais para CAPES e CNPq

A entrega do relatório final é uma etapa obrigatória da pós-graduação, seja em mestrado ou doutorado, no Brasil ou com período de pesquisa no exterior. É por meio desse documento que o bolsista comprova à CAPES ou ao CNPq que o projeto se desenvolveu conforme o planejado e que o investimento público resultou em retorno acadêmico ao país. 

Ao longo de mais de 12 anos de atuação com processos administrativos de pesquisa e acompanhamento de bolsistas, o BFA Direito Migratório analisou inúmeros relatórios finais, alguns completos e bem estruturados; outros que, por pequenas falhas, resultaram em exigências adicionais e até em questionamentos administrativos nos anos posteriores. 

Este guia foi elaborado com base nessa experiência prática, com o objetivo de prevenir problemas e assegurar que o encerramento da bolsa ocorra da forma mais tranquila possível. 

Qual é o papel do relatório final? 

O relatório final demonstra oficialmente que: 

  • as atividades previstas foram executadas; 
  • houve avanço concreto no desenvolvimento da pesquisa; 
  • a experiência contribuiu para o desenvolvimento científico do Brasil. 

Quando essas informações não estão claras, o órgão financiador pode solicitar complementações, atrasar o encerramento da bolsa e, em situações mais delicadas, instaurar cobrança. 

O que deve constar no relatório final? 

Embora cada programa possa ter suas orientações específicas, existem elementos essenciais para qualquer relatório de pós-graduação com financiamento da CAPES ou do CNPq: 

1. Identificação do bolsista e do projeto 

  • Instituição brasileira, área e linha de pesquisa 
  • Orientador(a) 
  • Dados sobre eventual período no exterior 
  • Número do processo de bolsa 

2. Objetivos do projeto 

  • Objetivos originais aprovados pelo órgão 
  • Relação direta com a dissertação ou a tese 

3. Atividades desenvolvidas 

Preferencialmente com dados rastreáveis: 

  • desenvolvimento metodológico e/ou teórico 
  • participação em disciplinas, seminários, grupos de estudo e reuniões de orientação 
  • uso de laboratórios, equipamentos, coleções, bancos de dados e acervos 
  • cronologia de atividades relevantes 

4. Resultados alcançados 

Mesmo que ainda em andamento: 

  • artigos publicados ou submetidos 
  • apresentações em eventos acadêmicos 
  • parcerias estabelecidas 
  • avanços relevantes da pesquisa 

5. Contribuição ao Brasil 

Este é um ponto decisivo na avaliação: 

O que a pesquisa trouxe como impacto ou inovação ao país? 

A clareza sobre esse retorno acadêmico nacional é fundamental. 

6. Documentos complementares (quando houver) 

  • certificados, prints de submissões, cartas de aceite 
  • comprovantes de participação em atividades acadêmicas 

E no caso de pesquisa no exterior? 

A estrutura do relatório não muda, mas recomenda-se fortalecer: 

a) a relação com a instituição estrangeira — demonstrando como essa escolha contribuiu para atingir os objetivos previstos no projeto aprovado 

b) os equipamentos, métodos ou acervos acessados lá — detalhando o que somente foi possível graças à experiência no exterior 

c) o impacto internacional a serviço da ciência no Brasil — evidenciando sempre o retorno ao país 

Linguagem e formato 

  • estilo formal e objetivo 
  • organização com títulos e subtítulos 
  • informações verificáveis ou quantificáveis 

Evitar: 

  • descrições pessoais sem conexão com a pesquisa 
  • termos imprecisos ou generalistas 
  • divergências com o plano aprovado sem explicação técnica 

O foco está sempre no mérito científico e no retorno ao país. 

Problemas comuns que podem ser evitados 

  • dificuldade em demonstrar resultados obtidos 
  • falta de conexão entre atividades e objetivos do projeto 
  • ausência de menção ao impacto nacional 
  • inconsistências documentais com o processo de concessão da bolsa 

Muitos questionamentos administrativos que acompanhamos tiveram origem em falhas simples no relatório final — totalmente evitáveis com a orientação adequada.

O relatório final não é apenas uma formalidade. 


É o documento que fecha um ciclo de investimento estratégico do Brasil em formação e pesquisa científica. 

Com atenção aos pontos essenciais apresentados neste guia, o bolsista reforça a importância do trabalho desenvolvido e protege sua trajetória contra problemas burocráticos que podem surgir no futuro. 

O BFA continuará publicando conteúdos práticos sobre pós-graduação e pesquisa internacional, contribuindo para que cada etapa desse caminho seja cumprida com segurança e clareza. 

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